Felipe Wu mira nova medalha olímpica nos Jogos de Paris em 2024

Este é o foco do atirador brasileiro, Felipe Almeida Wu, para os Jogos de Paris, em 2024. Mas para chegar ao sonhado pódio, Felipe Wu, como é mais conhecido, lembra-se da trajetória para manter o alvo bem nítido à frente. Nascido no dia 11 de junho de 1992, em São Paulo, o atirador começou a dar os primeiros passos no tiro esportivo ainda cedo. Precoce para a realidade brasileira neste esporte, Felipe Wu, desde então, não parou mais. [caption id="attachment_4169" align="alignleft" width="200"] Felipe Wu com a medalha de prata conquistada nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016. (Foto: Aline Bassi)[/caption] “Comecei a atirar com 8 anos, inicialmente com arma de fogo e por incentivo dos meus pais. Iniciei com 12 anos no tiro olímpico, quando já iniciei a competir na categoria juvenil. Aos 15 anos de idade conquistei meu primeiro título Sul-Americano na categoria Júnior. Foi quando percebi que realmente poderia alcançar feitos maiores”, recorda o atirador. Inspirado pelos pais que também eram atiradores, Wu foi destaque nos Jogos Olímpicos de Verão da Juventude de 2010, na Singapura, ficando com a medalha de prata. Naquele ano, conquistou ainda a medalha de ouro ao compor a equipe brasileira nos Jogos Sul-Americanos de Medelín. O atirador integrou a delegação brasileira que disputou os Jogos Pan-Americanos de 2011, em Guadalajara, no México. Outras duas importantes conquistas vieram nos Jogos Sul-Americano de 2014, em Santiago, e no Pan de Toronto de 2015, em que ficou com o ouro na categoria pistola de ar 10 metros. A MEDALHA DE PRATA DE FELIPE WU Após as conquistas importantes, Felipe Wu estava pronto para disputar os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. O atirador chegou à final daqueles jogos na categoria pistola de ar de 10 metros e ficou com a medalha de prata. Modesto, ele não se coloca no centro das atenções. “Não gosto de dar palco aos meus feitos porque envolve algo sobre ego. A medalha e o título para o Brasil tiveram sua importância, pois foram conquistadas logo no início das olimpíadas e a mídia estava imersa na ‘magia dos jogos olímpicos’. Foram alguns dias em que as maiores redes de televisão pararam para falar sobre tiro esportivo de uma forma que associava o esporte com o orgulho de ser brasileiro”, conta. [caption id="attachment_4171" align="alignright" width="300"] Wu destaca primeira medalha de ouro do país em uma edição de Jogos Olímpicos conquistada no tiro esportivo com Guilherme Paraense. (Foto: Aline Bassi)[/caption] A 1ª MEDALHA DE OURO OLÍMPICA DO BRASIL VEIO DO TIRO ESPORTIVO A primeira medalha de ouro do Brasil em uma olímpiada veio com o tiro esportivo na Antuérpia, Bélgica, em 1920. A histórica medalha foi conquistada por Guilherme Paraense, na prova de Pistola Rápida de 30 metros. Pouco antes, naquela mesma edição, o país havia conquistado uma medalha de prata, com Afrânio da Costa, na prova dos 50m de pistola livre e um bronze, na prova de pistola 50m por equipes, com um time formado por Afrânio da Costa, Sebastião Wolf, Dario Barbosa, Guilherme Paraense e Fernando Soledade. “É importantíssima essa lembrança que mostra o quão representativo é o nosso esporte. Foram pioneiros e devem servir de inspiração para nós e para as próximas gerações. Os resultados que eles tiveram com os equipamentos da época, não podem ser deixados de lado também”, enfatiza Felipe Wu. SENTE QUE TEM A MESMA IMPORTÂNCIA PARA O TIRO COMO GUILHERME PARAENSE? Sobre o Guilherme Paraense, confesso que nunca fui atrás de saber o que o Brasil disse sobre a medalha na época, mas com certeza, foi de grande importância para o esporte e imagino que essa conquista tenha sido responsável por incentivar inúmeras pessoas a iniciar no esporte. Pelo fato de ter sido a primeira medalha de ouro da história do Brasil, não acho justo que eu seja comparado a ele. Acho que cada um de nós fizemos o melhor pelo esporte na sua época. [caption id="attachment_4170" align="alignleft" width="200"] (Foto: Aline Bassi)[/caption] QUAIS AS SUAS REFERÊNCIAS NO ESPORTE DO TIRO? Tem um atirador da Coreia do Sul, Jin Jong Oh, que é uma referência no esporte. Tem inúmeras medalhas olímpicas e recordes mundiais. É um exemplo para todos nós. COMO ENXERGA O FUTURO DO ESPORTE NO PAÍS? O tiro esportivo tem uma grande dificuldade de crescer no Brasil, afinal, há muito preconceito em tudo que envolve armas. Existe uma dificuldade, principalmente da mídia, de desvincular o esporte dos eventos negativos que ocorrem com armas de fogo. Além disso, há pouca renovação e falta muito incentivo ao Tiro Esportivo. É imperativo que haja uma preocupação em aumentar e fomentar a prática esportiva, para que não apenas continuemos a ter resultados expressivos, mas também, para que nosso esporte não caia no esquecimento. QUAIS AS SUAS PRETENSÕES DE CARREIRA? VAI DISPUTAR OUTRA OLIMPÍADA E TENTAR TRAZER MAIS UMA MEDALHA PARA O PAÍS? Pretendo continuar a competir, mesmo com inúmeras dificuldades gostaria de conquistar outra medalha olímpica. Por outro lado, para conseguir me manter no esporte, o lado profissional não pode ser deixado. Estou terminando minha faculdade e, com minha namorada, tenho uma empresa que ministra cursos de tiro, a Targeth. Enquanto conseguir me manter no esporte em alto nível, farei com muito prazer.