Minha Arma Favorita

Três artigos escritos a próprio punho pelos entrevistados; dois, seguem a linha tradicional do nosso quadro de matérias e apresentam duas armas de fogo favoritas dos participantes. O terceiro artigo tem como foco uma arma branca. As histórias apresentadas a seguir, são respectivamente do instrutor de armamento e tiro credenciado pela Polícia Federal (PF), Chico Campadello, do instrutor tático de combate e estratégias de defesa pessoal para sobrevivência urbana, Waldevir Junior e também da ativista pró-armas, que também é especialista em balística de combate e membro do governo federal em 2022, Cris Lemos. Em seu artigo, Chico Campadello relembra como iniciou neste “universo”, do primeiro contato que teve com uma arma de fogo, que foi um revólver Colt Cavalinho .32 long do avô, usado na revolução de 30. Mas a arma favorita dele não é esta, e sim, uma pistola 1911, .45 acp. O segundo personagem que abrilhanta a nossa lista é Waldevir Junior. Ele apresenta em seu artigo uma lâmina e aponta quais foram os motivos que o levaram a escolher esta arma como favorita. Por último, e não menos importante, Cris Lemos apresenta a pistola micro compacta, Springfield Amory Hellcat, como arma favorita. O pouco espaço que esta arma utiliza e a boa capacidade de munição no carregador, foram fatores decisivos que determinaram a escolha. Personagens apresentados, boa leitura a todos! Chico Campadello Nasci em 3 de novembro de 1971. Meu nome é Francisco Fernando Campadello, mas sou mais conhecido hoje em dia como Chico Campadello. Tornei-me amante das armas ao mexer no revólver Colt Cavalinho, 32 long do meu avô, usado na revolução de 30. À época, sem ter noção ou perícia, mas dotado de um bom senso, “brincava” com o mesmo, colocando e retirando as munições, ainda intactas, sem nunca pressionar o gatilho com a arma alimentada. [caption id="attachment_9238" align="aligncenter" width="1024"] Chico Campadello com a arma favorita dele; uma pistola Taurus - 1911 Tatical.[/caption] Aos 18 anos de idade, ganhei meu primeiro revólver, que, por acaso, era um Taurus .38spl PO. Com ele, deixei minha família doida, porque eu colocava uma lista telefônica encostada no armário, ligava meu rock’n roll no máximo e atirava, achando que ninguém iria ouvir! Ledo engano, minha mãe me tomou como doido, mas eu nunca quebrei a regra de segurança de apontar para algo que não queria ou fosse inseguro. As listas telefônicas eram. Ao meu ver, o bom senso ou a falta dele é um tanto quanto inerente ao ser humano, assim como a responsabilidade em relação às armas. Por isso, devemos pregar ao máximo as regras inflexíveis de segurança. No dia 03 de novembro de 1992, ano em que completei 21 anos de idade, acordei, e já sabendo do meu destino, chamei meu pai e me dirigi a uma loja de armas no centro de São Paulo para comprar minha primeira arma (que saudades da época das armas vendidas em shoppings centers e com restrição de idade de 21 anos). Viva! Adquiri minha primeira arma, uma pistola Taurus Millenium .380acp, fui para a delegacia da Polícia Civil, levei todos os documentos, acompanhado do meu pai e pedi meu registro e meu porte. Tudo dentro dos conformes, tudo aceito. Passei a andar armado e me senti mais seguro. Sabe quantas vezes eu saquei a arma para resolver uma briga de trânsito? Zero, nenhuma!!! Porque cidadão de bem segue leis e se torna muito mais responsável quando possui uma arma. Bom, vamos pular umas páginas da vida. Vamos ao grande amor da minha vida (falando de calibre), minha primeira pistola 1911 em calibre .45acp. Foi adquirida de um CAC, e foi a minha primeira arma quando tirei o CR, há mais de 20 anos. Era uma Springfield toda trabalhada para competição. Tinha gatilho preparado, quebra-chamas, molas especiais, guia de mola, etc... Não teve como não me apaixonar. [caption id="attachment_9237" align="aligncenter" width="1024"] Pistola Taurus 1911 Tatical.[/caption] Naquela época o calibre 9mm era proibido, o .45acp era restrito, mas os atiradores esportivos podiam possuir para competição. Foi quando também comecei a participar dos campeonatos de precisão, de tiro defensivo, fiz também biathlon de inverno e verão e tiro em silhuetas metálicas. Mas aí ficava marcado o calibre .45acp na minha vida, o que faria eu adquirir a arma que uso hoje em dia nas competições. Apesar de usar o 10mm para defesa, competir em algumas provas com o 9mm, .22lr, 40 S&W, .357mag e o 5,56x45, o .45acp é meu preferido, é icônico! Formei-me Instrutor de Armamento e Tiro há aproximadamente 15 anos, em segundo lugar na turma, com o saudoso Cel. Vella, um dos maiores nomes do tiro no Brasil. Costumo compará-lo ao Ten. Cel. da marinha Jeff Cooper, já que ele teve muita importância no tiro esportivo e nas armas em geral, sendo consultado até pelo EB (Exército Brasileiro) para contribuir em criar as regulamentações que temos hoje em dia. Trabalhei na equipe dele por 12 anos. Na época, gostei tanto da sua doutrina no tiro que pedi para trabalhar com ele e me submeti a criar uma matéria e dar aulas aos outros instrutores, para que os mesmos me avaliassem junto ao Cel. Fui aprovado! Logo em seguida, prestei a segunda prova do credenciamento de IAT (Instrutor de Armamento e Tiro) pela Polícia Federal, e também fui bem-sucedido. Segui fazendo cursos de aprimoramento, algo que faço até hoje. Nesse ano (2022), já fiz 5 cursos. Procuro sempre me manter atualizado, e humilde para aprender com todos, algo que adquiri com o Cel. Carlos Elberto Vella, mais do que mestre, amigo. Com o passar dos anos, e ainda IAT credenciado pela Polícia Federal, fui aceito no programa de credenciamento de Instrutores Taurus/CBC, sendo assim, representante de uma das maiores multinacionais das armas no mundo e também o maior líder de munições na atualidade. Assim, comecei a testar todas as armas da Taurus, o que me fez escolher a minha arma preferida para as competições de precisão, a pistola na plataforma 1911 da marca, foi amor ao primeiro tiro! Arma com excelente balanceamento, peso, acabamento e praticamente pronta para competições. Digo praticamente, pois, por uma questão de segurança, os gatilhos vêm de fábrica com um peso maior do que o desejado para quem precisa que os mesmos sejam mais leves. Então, fiz apenas um pequeno alívio neste. O que me colocou em segundo lugar (por enquanto) no Regional CBC de tiro de precisão, e também na Copa Proarmas. Também participo de uma modalidade relativamente nova, o TPM (tiro ao prato metálico), onde sou campeão e embaixador da modalidade com a pistola Taurus TS9, mas também participando com a minha 1911. Por aqui finalizo meu relato, um breve resumo de uma vida de mais de 30 anos de tiro (impossível de contar em tão pouco), contribuindo para a eterna discussão: plataforma 1911 é a melhor? Não existe a melhor arma ou plataforma, existe a arma que você mais treina. Competir é fundamental para se colocar à prova dos seus conhecimentos. Você é o que você treina. Waldevir Junior Quero, antes de tudo, fazer um agradecimento a todos da equipe fantástica da Revista Shooters pelo convite. Quero agradecer também aos operadores de segurança pública; o meu muito obrigado a todos os senhores pelo seu serviço e que o nosso Poderoso Deus os abençoe e guarde. Deus abençoe a todos vocês leitores, irei falar um pouco de mim, então, tenham uma ótima leitura! Meu nome é Waldevir Junior, sou Instrutor Tático de Combate e Estratégias de Defesa Pessoal para Sobrevivência Urbana. Tenho especialização em aplicações táticas, combate a curta distância (CQC), combate corpo a corpo, estratégias com mãos vazias, habilidades com armas afiadas, de impacto e improvisadas. Também tenho experiência em mais de 25 anos em artes marciais, sendo ex-militar do Exército, lotado no 2° Batalhão de Caçadores, atual 2° BIL. [caption id="attachment_9243" align="aligncenter" width="1024"] Waldevir Junior com a arma favorita dele; uma lâmina.[/caption] Saudações Guerreiros, espero que vocês estejam treinando muito duro, pois é a única maneira de lutarmos e sobrevivermos. Seja claro, não há caminhos fáceis, você não pode voltar para casa se ficar somente vendo vídeos da internet e achando que isso irá te salvar. Nada disso salvará sua vida, apenas o trabalho duro e fazendo do seu treino laboratórios, e tendo certeza que é somente assim para vermos o que é funcional ou não. Eu sempre digo que VOLTA PARA CASA, AQUELE QUE TIVER VONTADE DE VIVER. Para eu começar a falar sobre a minha arma preferida, primeiro preciso te dizer, de onde saiu essa loucura e paixão por lâminas na minha vida. Sempre treinei artes marciais. Digo que fiz um Mix de Artes marciais, procurando treinar um pouco de tudo para entender e assim me sentir seguro. Foi aí que eu vi um filme chamado Caçado (The Hunted), com os atores Tommy Lee Jones e Benício Del Toro que me chamou muito a atenção. Um operador das Forças Especiais com habilidades extraordinárias e com o manejo de lâminas acabou enlouquecendo e foi para a floresta. Todos os caçadores que estavam naquela localidade caçando, faziam-no sentir que estava sendo caçado por eles, sendo assim, usava sua lâmina para se proteger e a frase que ele usava era: VOCÊ QUER VIR COM SEU RIFLE CONTRA MIM E MINHA FACA? A partir daí, começa a imersão de um filme fantástico, com táticas e estratégicas fenomenais. O sistema combativo que Tommy Lee Jones e Benicio Del Toro se chamava KALI, uma arte tribal de guerra do arquipélago das Ilhas Filipinas. Foi baseado nesse filme que surgiu toda essa vontade e paixão por lâminas. Um detalhe mais fantástico ainda foi quando conheci pessoalmente o cara que treinou os atores para o filme CAÇADO, Tom Kier, que para mim, pessoalmente, é um dos maiores instrutores de KALI até os dias de hoje. Nos encontramos no maior evento de lâminas do mundo chamado BLADE SHOW em Atlanta/Geórgia/EUA, ao qual fui chamado para fazer diversos workshops durante a feira. Eu estava visitando os estandes, e para minha surpresa, ele tinha me reconhecido nos corredores da feira. Disse que me acompanha há anos pelas redes sociais e estava agradecendo pelo excelente trabalho que eu fazia. Disse a ele que comecei a imersão por causa do filme Caçado. Foi um tempo muito precioso. Agora o porquê da minha arma preferida ser a LÂMINA? Sempre digo que a lâmina não falha, não precisa de recarga e não dá pane. Usada como ferramenta de trabalho, caça, sobrevivência, defesa, dentre outras atividades, e infelizmente também acessível nas mãos de pessoas erradas, até porque a frase que eu digo em todos os meus seminários, entrevistas para imprensa, podcast, artigos que têm rodado a nação é: TODOS ESTÃO ARMADOS. Por que digo isso? Porque a lâmina é muito mais acessível. Mas, voltando ao ponto desse artigo, quero afirmar que penso diversas vezes antes de trocar as minhas lâminas por qualquer outra arma de curta distância, que não sejam as minhas lâminas. Eu posso dizer que adquirindo habilidades com a lâmina, você poderá equalizar a força e ter a certeza de voltar para a sua casa. Para finalizar essas linhas, quero te provocar a não somente ter uma lâmina, mas sim, treinar e buscar conhecimento para a sua vida. “Antes de tudo esteja armado” (Maquiavel) Cris Lemos As armas são o último resquício de Justiça entre os homens. Treine e as domine! Somente assim, jamais os outros dominarão você. Tenho certeza que você que está lendo este texto entende, assim como eu, a importância de ter uma arma, saber usá-la e estar treinado para momentos inesperados, para defender as nossas vidas e as vidas de quem amamos. [caption id="attachment_9239" align="aligncenter" width="732"] Cris Lemos com a arma favorita dela; uma pistola da Springfield Armory - Hellcat.[/caption] Meu nome é Cris Lemos, moro em Brasília (DF), sou ativista pró-armas, especialista em balística de combate, armamentista, palestrante e membro do Governo Federal. E é por tudo isso que eu entendo e defendo que antes de tomar partido é preciso pesquisar, identificar os pontos positivos e negativos de cada um dos modelos de armas que nos são apresentados para, depois de tudo, decidir qual a sua preferida. Com o passar dos anos, tendo maior contato com modelos e treinando estilos diferentes, identifiquei a Springfield Armory Hellcat como a minha arma preferida. O modelo, que foi eleito o melhor do ano de 2020 pela revista americana Guns e Am, se destaca como uma escolha popular para compradores de armas de autodefesa. Ela é micro compacta e apresenta capacidade líder de sua classe de 11 + 1 cartuchos e com seu carregador patenteado - 13 + 1. O modelo tem ainda o carregador estendido incluído. O modelo chegou há poucos meses no mercado nacional e se esgotou rapidamente. A expectativa do público é de que em agosto lotes com números maiores de peças cheguem ao Brasil. Dessa maneira, a diferença entre oferta e procura deve ser regularizada. [caption id="attachment_9240" align="alignleft" width="300"] Imagem ilustrativa da pistola Springfield Armory Hellcat.[/caption] Mas, por que ela faz tanto sucesso? É uma arma bem compacta, com o tamanho bem similar a GX4. Já vem com o recorte para o Red Dot e com três carregadores, sendo dois para 11 munições cada e um para 13 munições, por isso, considero aqui a capacidade de 13+1. Inclusive, no Exterior já estão sendo comercializados carregadores de 15 munições, mas ainda sem previsão para o Brasil. A ergonomia do modelo também é excelente. O gatilho é muito bom e a confiabilidade é excelente. Uma curiosidade sobre o modelo é que essa arma não se destaca em nenhum ponto específico, mas acaba levando a dianteira, na minha avaliação, devido ao fato de desempenhar muito bem todas as funções de maneira equilibrada. O que se fala no mercado? A Springfield Armory Hellcat elevou o nível em pistolas de transporte ocultas com conforto de pistola de serviço, capacidade e precisão em um chassi incrivelmente compacto.